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Foto do escritorNadyne Curi

Design, tecnologia e o futuro


Por ser da geração que nasceu nos anos 90, vi crescer junto comigo os grandes avanços da tecnologia e computação, algo que tem se tornando tão intrínseco em nossas vidas. Como em qualquer coisa que acaba tendo um grande impacto na vida de todos, esse desenvolvimento traz benefícios e malefícios que são diariamente debatidos e estudados. Não é equivocado quando Mark Weiser diz em seu texto: The World is not a Desktop que uma ferramenta tecnológica não pode se "intrometer" em nossa consciência, não podemos nos tornar escravos delas. Porém, acompanhamos na história da humanidade e em nosso próprio dia a dia, a dificuldade que temos em lidar com excessos. Segundo a introdução do livro A natural history of the senses de Diane Ackerman , ela nos diz que o ser humano está sempre em busca de amplificar os efeitos causados pelas nossas sensações, por isso usamos drogas, ouvimos música alta e pagamos valores exorbitantes para ter a melhor experiência culinária possível.


"There is no way in which to understand the world without first detecting it through the radar-net of our senses." Diane Ackerman, A natural history of the senses

No design, isso não é diferente, estamos sempre tentando inovar e criar coisas que facilitem nossas vidas, porém, elas devem sempre ser o mais visualmente atraente possível, o mais simples de mexer, basicamente ser a melhor experiência que ela pode ser. Estamos sempre almejando algo melhor e resolver o complexo, por isso não me espanta o enorme crescimento tecnológico que estamos tendo nos últimos anos. No entando, todo esse avanço vem com alguns malefícios, dentre eles, a questão da nossa privacidade e dos nossos relacionamentos interpessoais. Na questão da privacidades estamos cada vez mais questionando o quanto das informações que damos semi conscientemente e inconscientemente são armazenadas por grandes empresas e o porque disso. Como nos sentimos estando tão suscetíveis à exposição em um mundo em que tudo está cada vez mais público. Recentemente me deparei com o site haveibeenpwned em que ao colocar nosso email vemos quantas vezes e aonde houve vazamento através desse email, usado como login para diversos sites. Me deixou extremamente assustada essa fragilidade da nossa privacidade e o quanto estamos vulneráveis às vezes sem nem perceber ou simplesmente escolhendo ignorar.

Já ligado aos nossos relacionamentos, vemos eles mudando a cada dia. A forma como nos comunicamos, como nos relacionamos está atualmente completamente ligada a essas novas tecnologias, os celulares, computadores, redes sociais, etc. Como mencionado anteriormente, temos grande dificuldade em lidar com excessos e esse sempre será o problema quando tratamos de qualquer avanço ou coisa nova. Uma cena comum de se presenciar atualmente é o grande grupo de amigos em um bar aonde todos estão mexendo em seus celulares e não interagindo entre si. Até que ponto paramos de viver o nosso agora e vivemos o do outro através do outro? O quanto abrimos mão dos nossos relacionamentos e de viver coisas novas, de ver o mundo e preferimos viver virtualmente? O quanto a opinião do outro e mostrar para o mundo algo que não somos mas gostaríamos de ser se tornou uma prioridade?

Não podemos negar que esse o futuro só tende a se tornar cada vez mais computadorizado e cabe a nós, nos manter em constante análise pessoal de como usamos e deixamos nos usar.



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